8 anos da Lei de Reconstrução Mamária

A Lei nº 12.802/13, que garante a reconstrução mamária em mulheres mastectomizadas, completa 8 anos.

Através dela foi possível realizar a reconstrução imediata em mulheres submetidas à mastectomia, amparada pela Legislação Federal. Após essa vitória, nova conquista aconteceu em 20 de dezembro de 2018, com a promulgação da lei n° 13.770 no Diário Oficial da União, que garante a cirurgia reparadora mamária em mulheres mutiladas por um tratamento oncológico prévio. Esse procedimento engloba também a simetrização mamária e a reconstrução do complexo aréolo-mamilar.

Através da luta contínua da Sociedade Brasileira de Mastologia, foi possível aumentar os números de reconstrução imediata no Brasil de 15% em 2008 para 30% em 2014, no âmbito SUS. Ainda é pouco. Sabemos que temos muito a melhorar.

Iniciei minha atividade de reconstrução mamária no Hospital Universitário São Francisco, em Bragança Paulista, em março de 2017. Desde então foi possível realizar reconstruções imediatas com próteses, expansores, rotações de retalhos e simetrização, sempre em pacientes do Sistema Único de Saúde. Foi possível também proporcionar reconstrução mamária tardia em muitas pacientes que tá tinham perdido a esperança.... Já realizamos mais de 100 cirurgias de reconstrução (entre imediatas e tardias), o que é um marco em nossa região.

É notável a mudança de ambiente da equipe que cuida das pacientes com câncer de mama, tanto em ambiente ambulatorial quanto no ambiente hospitalar. Mas o mais importante, foi a notável diferença na expectativa das mulheres portadoras de câncer de mama , em relação ao enfrentamento da doença. São situações difíceis de mensurar e quantificar, mas vivemos um período altamente gratificante, por proporcionar as melhores condições às mulheres.

Entretanto ainda nos deparamos com inúmeros fatores que dificultam e impossibilitam a reconstrução mamária: atraso no diagnóstico e condições clinicas desfavoráveis que impedem a cirurgia ( tabagismo, hipertensão, diabetes, obesidade) .

Continuaremos a luta para que o direito das pacientes com câncer de mama seja respeitado. Não é supérfluo, é uma necessidade!!!

Contem conosco!